Depois daquele terramoto de sexta-feira pairava no ar um silêncio aterrador.
A noite tinha invadido o dia e quase se podia ouvir o riso provocador das trevas.
A multidão enfurecida que gritou “SE TU ÉS O CRISTO, DESCE DESSA CRUZ!” tinha-se agora silenciado. A pesada pedra do sepulcro tinha rolado e fechado para sempre O Corpo do Cristo.
Em alguns outros sussurrava ainda o lamento.
Explodia uma convulsão interior de raiva, medo e profunda injustiça.
Um olhar lacrimejante. Uma raiva contida. Medo.
No coração a pergunta: Porquê? Porquê? Porquê?
Tudo parecia sem sentido e perdido.
Tudo parecia perdido.
Tic-tac. Tic-tac. Tic-Tac.
Sábado.
O relógio estava certo. “O trabalho da sua alma ele verá e ficará satisfeito.”
O tempo precioso para o fruto brotar.
A transição das eras.
O silêncio do crescimento.
A ponte.
A Paz.
Nunca desprezemos os sábados da nossa vida.
Quando tudo parecer perdido, lembremo-nos que o sábado não é o fim, O Domingo está no caminho.
Tic-tac. Tic-tac. Tic-Tac.
O puzzle está quase completo.
Do ventre da terra brota uma pequena luz.
O rastilho já está aceso.
A guerra está ganha.
As chaves resgatadas.
A cabeça esmagada!
O grito de vitória que empurra a pedra do sepulcro ainda ecoa daquela cruz.
“Está consumado!”
Hoje é Sábado... mas Amanhã é Domingo!
Hoje Sábado... Amanhã Domingo!
Amanhã é Domingo!
Cristo Ressuscitou!
ALELUIAAAAAAA!
Jorge Oliveira
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